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Lázaro Barbosa é morto em ação policial após 20 dias de busca

Lázaro foi encontrado com R$ 4.400 no bolso, o que reforça a ideia de que ele estaria recebendo alguma ajuda

Após 20 dias de buscas, Lázaro Barbosa de Sousa, 32, suspeito de matar uma família no Distrito Federal e de outros crimes também em Goiás, foi morto na manhã de hoje em uma ação policial em Águas Lindas de Goiás (GO). A morte foi confirmada pela Polícia Civil.

Fotos do corpo de Lázaro indicam que ele foi atingido por mais de dez tiros da cintura para cima, incluindo a cabeça. O UOL não divulgará as fotos, mas a autenticidade foi confirmada por fontes policiais.

O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, disse que houve confronto entre policiais e Lázaro e que o fugitivo “descarregou a pistola” contra os agentes. “Não tivemos outra alternativa a não ser revidar”, afirmou. Segundo ele, nenhum policial ficou ferido na ação.

Miranda disse que Lázaro “foi socorrido com vida” ao Hospital Bom Jesus. Um vídeo feito logo após a captura (veja acima) mostra policiais colocando Lázaro em uma ambulância e comemorando a operação. Pelas imagens não é possível saber se ele ainda estava com vida.

Miranda afirmou ainda que Lázaro foi encontrado com R$ 4.400 no bolso, o que, segundo ele, reforça a ideia de que ele estaria recebendo alguma ajuda. “Há informação de que ele atuava como jagunço e segurança de algumas pessoas”, completou. Pela manhã, antes da morte, a ex-companheira de Lázaro foi levada à polícia.

“Ontem à noite nós descobrimos que ele tinha procurado parentes na periferia de Águas Lindas de Goiás. Temos filmagens. Ele estava armado. Ele foi para o mato, fizemos o cerco. Ele tentou fugir e confrontou com a equipe do major Edson”, disse Miranda em entrevista a jornalistas.

O corpo será levado para o IML (Instituto Médico Legal) de Goiânia onde passará por uma autópsia para identificar a causa da morte.

Bolsonaro comemora morte de Lázaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou nas redes sociais a morte de Lázaro Barbosa. “Lázaro: CPF cancelado!”, escreveu Bolsonaro em seu perfil no Twitter. A expressão é comumente utilizada no meio policial para se referir a execuções ou mortes.

Lázaro recebeu ajuda, diz Caiado

Mais cedo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), deu a notícia da prisão (ainda sem a confirmação da morte do fugitivo) em um vídeo postado nas redes sociais. Ele elogiou o trabalho das forças de segurança e disse que “Goiás não é Disneylândia de bandido”.

Na sequência, em entrevista, Caiado disse que as investigações apontam que “houve uma proteção de algumas pessoas, não só no setor rural, mas na cidade de Cocalzinho, que deram guarida para ele ter um local onde dormir, se alimentar”.

“Ele era informado do deslocamento da polícia. Não era uma pessoa, como se pensava, que estivesse sozinho, sem proteção nenhuma na mata. Está bem claro para nós, estão avançando as investigações para saber a quem interessava manter esse contato e por que ficaram escondendo o Lázaro e facilitando a fuga”, completou.

Mais de 270 agentes mobilizados

As buscas por Lázaro começaram no dia 9 de junho, após o crime em Ceilândia (DF). Ele fugiu se escondendo na mata e passou por várias fazendas na cidade de Cocalzinho de Goiás (GO). Durante as buscas, o fugitivo trocou tiros com policiais, fez três pessoas reféns e baleou outras quatro, entre elas, um policial militar.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública) o trabalho de buscas mobilizou mais de 270 agentes das forças envolvidas. Entre elas, as Polícias Civil e Militar de Goiás e do Distrito Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DF) e Corpo de Bombeiros Militar. Nesse período, a força-tarefa recebeu cerca de 5,3 mil informações no disk-denúncia sobre o caso.

Lázaro é investigado por mais de 30 crimes, cometidos em Goiás, Bahia e Distrito Federal. A maioria dos casos é referente a crimes de latrocínio (roubo seguido de morte). Ele já possui uma condenação por homicídio, na Bahia, e era também procurado por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo.

Andréia Martins e Pedro Paulo Couto*
Do UOL, em São Paulo e colaboração para o UOL, em Goiás

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