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Zona Leste: ocupações de áreas de riachos e grotas é principal causa de alagamentos

A velocidade da água em alguns trechos provocam crateras na pavimentação

Marta Nívea

Estagiária

Marcelo Costa

Editor-chefe

Muito se fala sobre os problemas sofridos pela zona Leste de Teresina quando são registradas fortes chuvas e acontecem as tragédias, mas qual seria a explicação desta região ser tão abalada neste período. A tão sonhada “galeria da zona Leste” seria uma possível solução para o problema, mas quais as causas?

Na avaliação do superintendente Executivo da SAAD Leste, Hernani Freitas, para explicar essa questão é necessário contextualizar o fator “crescimento de Teresina”. “A primeira coisa é que Teresina é banhada por dois rios e no período chuvoso existe muito movimento hídrico, quando o rio acaba entrando dentro do tecido urbano da cidade”, conta. Para Hernani, dizer que Teresina é uma cidade planejada é uma lenda.

O superintendente Executivo ressalta ainda que essa zona da cidade tem grandes micros bacias de drenagem, que significa dizer que a área é irrigada por riachos, grotas e lagoas naturais.  “Com o crescimento da zona Leste muitas ocupações dessas áreas baixas foram sendo urbanizadas de forma inapropriada. Os moradores passaram a ter uma ação irregular de invadir e aterrar as lagoas e os riachos”, explica.

Hernani ressalta que esse movimento do relevo faz com que a velocidade da água no dia de chuva aumente. “Existem determinadas regiões de morro na zona leste que foram pavimentadas com inclinações fora do padrão, inclinações muito elevadas. O resultado disso são muitas crateras que se abrem depois de uma enxurrada, principalmente em áreas de encosta”, lembra.

Para o superintendente, o ideal é que tivessem seguido as determinações do Código Florestal Brasileiro – 12.651/12, onde se define exatamente essas áreas baixas e as cabeças de morro superiores a 30% como Áreas de Preservação Permanente (APP).

“A cidade cresceu muito rápido, principalmente na zona Leste, que é a zona de maior valorização imobiliária da cidade, onde tem muitos loteamentos grandes, muitas invasões de terras públicas e privadas, criação de vilas e bairros dentro dessas áreas”, conta.

Como não é possível recomeçar tudo do zero, a única solução agora é a construção de uma galeria de alguns quilômetros de extensão, cortando toda a zona Leste até o Rio Poti. Até lá vale o alerta para que se evite circular na região durante os dias de fortes chuvas, principalmente em alguns trechos. Confira alguns exemplos:

– Na Avenida João XXIII, no trecho entre a saída da Ponte Juscelino Kubitschek até o cruzamento com a Avenida Nossa Senhora de Fátima;

 – Na Avenida Presidente Kennedy, desde a Praça São Cristóvão e após o cruzamento com a Avenida Senador Área Leão;

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