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Taxa de analfabetismo é três vezes maior entre pessoas com deficiência no Piauí

Cerca de 9,7% dos habitantes do Piauí possuem algum tipo de deficiência, o que representa 302 mil pessoas

A taxa de analfabetismo entre pessoas com 10 anos ou mais de idade do Piauí é de 11,8%. Já quando considerada apenas a população com deficiência do estado, o índice atinge a marca de 39,7%. A diferença é evidenciada pelo estudo “Pessoas com deficiência e desigualdades sociais no Brasil (2019)”, feito por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento foi realizado por meio da compilação de informações de pesquisas do IBGE que trazem dados sobre a população com deficiência. O estudo apresenta as características gerais do grupo populacional, aspectos relacionados ao trabalho, renda, moradia, educação, saúde, participação e gestão.

Ainda conforme o estudo, pessoas com deficiência têm índices de escolaridade inferiores às médias da população sem deficiência do estado. Possuem até o ensino fundamental incompleto 43% da população sem deficiência e 77,3% das pessoas com deficiência; do fundamental completo ao médio incompleto, são 13,2% da população sem deficiência e apenas 6,9% das pessoas com deficiência; do médio completo até o superior incompleto, há 30,1% da população sem deficiência e 11,5% das pessoas com deficiência; e com superior completo, há 13,7% da população sem deficiência e apenas 4,3% das pessoas com deficiência.

Cerca de 9,7% dos habitantes do Piauí possuem algum tipo de deficiência, o que representa 302 mil pessoas, de acordo com o levantamento. A taxa de pessoas com deficiência cresce quanto mais avançada a faixa etária: enquanto apenas 1,9% das crianças entre 2 e 9 anos de idade estão nessa condição, o índice chega a 50,9% entre as pessoas com 60 anos ou mais de idade.

Informalidade é maior entre pessoas com deficiência no Piauí

A taxa de formalização no mercado de trabalho piauiense é de 32,3% entre pessoas sem deficiência e de apenas 17,4% entre aquelas que têm alguma deficiência. O índice considera empregados de carteira assinada, militares, funcionários públicos estatutários e empregadores. A informação está no estudo “Pessoas com deficiência e desigualdades sociais no Brasil (2019)”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Também é menor a taxa de participação na força de trabalho entre as pessoas com deficiência. No Piauí, apenas 31,1% delas compõem a força de trabalho, enquanto entre as pessoas sem deficiência a taxa chega a 60,9%. A taxa de participação na força de trabalho inclui as pessoas que estão ocupadas e aquelas sem ocupação, mas que estão em busca de trabalho.

O estudo também mostra que a maioria das pessoas com deficiência do Piauí ainda não têm acesso a benefícios sociais: apenas 36,7% deles informaram ter acesso. Já entre a população em geral, o índice de acesso é maior, cerca de 41,4%.

Apenas 11 municípios do Piauí possuem capacidade de atendimento em Libras

Dentre os 224 municípios do Piauí, apenas 11 possuem pessoal capacitado para atendimento em Libras na sede do governo municipal. A informação é do estudo “Pessoas com deficiência e desigualdades sociais no Brasil (2019)”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número representa uma taxa de apenas 4,9% dos municípios piauienses, o que é inferior à média brasileira. No país, 449 dos 5.570 municípios informaram possuir pessoal capacitado para atendimento em Libras na sede do governo municipal, o que equivale à proporção de 8%.

Menor ainda é a quantidade de municípios que possuem tradução em Libras para o conteúdo e serviços disponibilizados pela prefeitura na internet. No Piauí, apenas uma cidade informou ter a tradução (0,44%); no Brasil, foram 385 municípios (6,9%).

No entanto, quando se trata da adaptação de espaços públicos para facilitar a acessibilidade de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, a maioria dos municípios possui. No Piauí, 186 dos 224 municípios possuem adaptação (83%); no Brasil, 4.518 das 5.570 cidades possuem espaços públicos adaptados, o que indica uma proporção bem próxima a do Piauí (81,1%).

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