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Especialista fala sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

O exame está disponível no Sistema Único de Saúde - SUS

No Brasil, o câncer de mama é a neoplasia mais frequente entre as mulheres, além de ser a principal causa de morte por câncer. Segundo pesquisa do INCA – Instituto Nacional de Câncer, para o ano de 2023 foram estimados 73.610 novos casos no Brasil, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos a cada 100.000 mulheres. 

 A incidência é rara em mulheres jovens, sendo mais comum a partir dos 50 anos. Ainda de acordo com o Instituto, a taxa de mortalidade por câncer de mama no Mundo, por exemplo, foi de 11,84 óbitos a cada 100.000 mulheres, em 2020. 

Diante deste cenário, o Dia Mundial da Mamografia, comemorado no dia cinco de fevereiro, é importantes para alertar as pessoas sobre a importância da prevenção, rastreamento e detecção precoce do câncer de mama. Com o diagnóstico precoce, o tratamento é facilitado e as chances de cura aumentam. 

O câncer de mama
O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor capaz de invadir outros órgãos. Há vários tipos e alguns podem se desenvolver rapidamente. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no desde o início. 

A principal causa da doença é idiopática, mas existem fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, como o estilo de vida e as características individuais da pessoa. Entretanto, uma parcela dos casos pode ter origem genética familiar, principalmente envolvendo os genes BRCA-1 e BRCA-2. 

Evidências científicas demonstram que o rastreamento do câncer de mama através da realização periódica da mamografia reduz a mortalidade da doença (INCA, 2022). “Infelizmente, o autoexame das mamas não apresentou impacto na mortalidade feminina pela doença e acabou não sendo mais recomendado. Apesar disso, a mulher deve ser encorajada a conhecer o próprio corpo e procurar atendimento caso note qualquer sintoma ou modificação nas mamas”, afirma a Dra. Carla Maria Franco Dias, Ginecologista e Obstetra, e docente do IDOMED. 

Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas). 

A mamografia 
A mamografia é um exame radiológico das mamas, capaz de detectar nódulos, cistos, microcalcificações e assimetrias mamárias, mesmo em mulheres assintomáticas. O exame está disponível no Sistema Único de Saúde – SUS. 

A recomendação do Ministério da Saúde – assim como a da Organização Mundial da Saúde – é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres com idade entre 50 e 69 anos, anualmente ou a cada dois anos, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas. Mulheres identificadas como de alto risco para o câncer de mama podem iniciar o rastreamento mais precocemente, dependendo do fator de risco associado. 

A médica explica que pacientes de qualquer faixa etária, sintomáticas ou com suspeita de alterações mamárias ao exame físico, podem realizar o exame na rede pública. Segundo o INCA, um exame de mamografia de alta qualidade tem precisão diagnóstica em cerca de 90% dos casos, possibilitando a detecção de um tumor de pequeno tamanho e/ou baixa densidade até dois anos antes de atingir a área de linfonodos. 

A detecção precoce e o tratamento adequado do câncer de mama possibilitam alta chance de cura e sobrevida em relação à doença. “Quando há alterações na mamografia, podem ser necessários exames complementares como a ultrassonografia e a ressonância magnética das mamas. Na suspeita de câncer, é importante o atendimento especializado pelo mastologista, a fim de realizar biópsia da lesão mamária para confirmação da doença, geralmente através da punção por agulha grossa (core biopsy ou mamotomia) ou por remoção cirúrgica incisional ou excisional”, conclui a Dra. Carla Dias.

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