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RS tem previsão de mais chuva forte; temporais elevam riscos de novos alagamentos

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuvas devem ser mais intensas no centro-leste e nordeste do estado

Com diversos rios já em níveis recordes por causa das chuvas dos últimos dias, o Rio Grande do Sul deve ter novos temporais neste fim de semana. A previsão é que o volume de chuva supere os 150 milímetros em boa parte do estado.

Segundo a Climatempo, as chuvas devem ficar mais intensas por dois fatores:

Passagem de uma nova frente fria pela região
Crescimento de uma área de baixa pressão no litoral gaúcho
O resultado da atuação desses dois sistemas é um impacto entre o ar quente e úmido vindo do litoral e a massa de ar frio, o que ajuda a formar nuvens mais carregadas.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuvas devem ser mais intensas no centro-leste e nordeste do estado.

A região metropolitana de Porto Alegre também deve sofrer com os temporais. Domingo (12) é o dia com maior volume previsto, com acumulados que podem superar os 80 milímetros. Com os temporais esperados para a região de bacias do Guaíba, há possibilidade de o nível voltar a superar os 5 metros.

Temporais no RS
De acordo com o meteorologista da Climatempo, Fábio Luengo, as bacias da região devem receber o maior volume de chuva, especialmente próximo ao Rio Caí e no Vale do Rio Taquari.

O Rio Grande do Sul já contabiliza mais de 110 mortos e mais de 140 desaparecidos por conta das chuvas. Há 408,1 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 70,7 mil em abrigos e 337,3 mil nas casas de familiares ou amigos.

Alertas por causa dos temporais
Devido às inundações no estado, o Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao governo federal e que faz a comunicação de risco para a Defesa Civil, alerta para os possíveis riscos com as novas chuvas previstas.

O órgão divide os alertas de risco em dois tipos: geológicos – como deslizamentos de terra e desabamentos – e hidrológicos – como inundações, alagamentos de áreas rebaixadas e extravasamento de rios e canais.

De acordo com o Cemaden, os principais alertas até a próxima segunda são:

Risco hidrológico
Possibilidade muito alta de novas enchentes nas mesorregiões Centro Oriental e Ocidental, Nordeste, Sudeste e Sudoeste Rio-grandense e região metropolitana de Porto Alegre.

A avaliação considera a previsão de altos acumulados de chuvas previstos para os próximos dias, que se somam à permanência das inundações, aos níveis elevados dos rios em diversos municípios e às condições de saturação do solo.

As bacias do rio Uruguai, do lago Guaíba e do rio Camaquã se encontram em situação crítica e devem receber mais água dos rios da região que já estão com níveis acima da cota de transbordamento.

Risco geológico
Há possibilidade alta de deslizamentos de terra na mesorregião Nordeste do Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana de Porto Alegre, principalmente na Serra Gaúcha.

Considerando o cenário de altos acumulados registrados na última semana e a previsão de novos temporais, o Cemaden avalia que há risco de queda de barreiras, especialmente na margem de estradas e rodovias.

Já o Inmet emitiu alguns alertas meteorológicos devido às fortes chuvas previstas para o estado.

O alerta mais intenso, de “perigo”, abrange a metade norte do Rio Grande do Sul, incluindo cidades como Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Santa Maria e Passo Fundo. Nesses locais, as chuvas podem superar os 100 milímetros por dia, com ventos intensos, de até 100 km/h.

As demais regiões do estado estão sob o alerta de “perigo potencial” devido às chuvas intensas. Assim, são esperadas chuvas de até 50 milímetros por dia nesses locais, com ventos que não devem passar dos 60 km/h.

Fim do bloqueio atmosférico
De acordo com os meteorologistas, a chuva no Rio Grande do Sul deve continuar forte até segunda-feira (13).

Com o avanço de novas frentes frias na próxima semana, o bloqueio atmosférico que atua no Brasil deve se enfraquecer.

O sistema é fundamental para manter as chuvas estacionada no Sul. Localizado na região do Centro-Sul do país, ele impede que as frentes frias avancem, concentrando as instabilidades no extremo Sul do país.

Para quebrar esse bloqueio, Fábio Luengo explica que é necessário a atuação frentes frias mais intensas e em sequência, o que deve acontecer até a partir da segunda quinzena do mês.

“O sistema deve enfraquecer por volta do dia 15, por conta de frentes frias mais fortes do que a que avançou nesta semana”, projeta.

A partir de segunda, está previsto o avanço de uma frente fria mais intensa sobre o Rio Grande do Sul. A massa de ar frio e seco deve causar uma queda significativa nas temperaturas da região.

Por Júlia Carvalho, g1

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