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Lula se dispõe a conversar com Trump sobre tarifas, mas aguarda retorno

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está disposto a dialogar diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito das tarifas impostas a produtos brasileiros. Interlocutores do Palácio do Planalto informaram que Lula não se opõe à conversa, mas considera que ela só se concretizará se Trump atender pessoalmente às ligações. Essa abertura ao diálogo surge após uma sugestão de senadores brasileiros para que os dois líderes se comuniquem.

No entanto, há pessimismo no Planalto quanto à disposição da Casa Branca em negociar. A avaliação é que o governo americano pretende iniciar discussões apenas após a entrada em vigor das tarifas, marcada para 1º de agosto, como estratégia para fortalecer seu poder de barganha.

Fontes governamentais indicam que os canais de comunicação com a Casa Branca estão restritos. Apesar das tentativas de contato com o Departamento de Comércio, o Tesouro e outras instâncias da administração americana, o Planalto relata dificuldades em estabelecer uma comunicação direta com o núcleo político do governo Trump.

Um interlocutor próximo a Lula declarou que o Brasil permanecerá aberto ao diálogo, mas ressaltou que existem limites claros: “A soberania não é negociável”, afirmou. Essa fonte acrescentou que o governo brasileiro rejeita qualquer tentativa de interferência nas decisões do Supremo Tribunal Federal ou em sistemas como o Pix.

Integrantes do Planalto também mencionaram que há um desconforto no governo americano em relação ao Pix, sob a alegação de que o sistema afetaria a rentabilidade de empresas americanas, incluindo operadoras.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou aos Estados Unidos no domingo e pode se dirigir a Washington se o governo americano demonstrar interesse em discutir alternativas ao tarifaço. Oficialmente, Vieira cumpre agenda na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com foco na questão palestina.

Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), o aumento das tarifas de importação dos EUA sobre produtos brasileiros pode afetar aproximadamente 10.000 empresas brasileiras exportadoras para o mercado norte-americano. Essas empresas, em conjunto, empregam cerca de 3,2 milhões de pessoas no Brasil.

Neste mês, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que empresas norte-americanas com operações no Brasil, como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar, também seriam prejudicadas pela tarifa anunciada por Trump. “Nós queremos todo mundo unido para resolver essa questão. E as empresas têm um papel importante, tanto as brasileiras, que, aliás tem empresa brasileira que tem indústria nos Estados Unidos, quanto as empresas americanas”, declarou Alckmin.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que a equipe econômica está elaborando um plano de contingência para apoiar os setores que forem impactados pelo tarifaço. “Não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros, vamos tomar medidas necessárias”, assegurou o ministro.

Fonte: https://g1.globo.com/politica/blog/gerson-camarotti/post/2025/07/29/lula-esta-disposto-a-ligar-para-trump-desde-que-seja-atendido-dizem-interlocutores.ghtml

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