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A pandemia afetou o Piauí, que tal iniciarmos um ciclo de alta?

O Fato:

A Pandemia impactou fortemente na economia global.

No final de 2019, na China surgiu uma ameaça chamada Covid-19, um vírus com elevada capacidade de transmissibilidade e de mortalidade entre os contagiados.

No início do ano de 2020 a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou Covid-19 como pandemia e mais especificamente em março, no Brasil, Estados e municípios começaram a decretar a necessidade de distanciamento social e fechamento parcial dos mercados.

Diante desse cenário é importante destacar que essa grande crise mundial começa na saúde pública e contamina atividades econômicas.

O detalhe é que medidas de defesa da saúde pública são por natureza intervencionistas!

É por essa natureza que a crise de saúde transborda para as atividades econômicas!

Com isso, perceba, a economia começa a apresentar as consequências como queda nos fluxos de negócios, no faturamento das empresas, desemprego, queda na renda média dos trabalhadores, fechamento de empresas, aumento do endividamento de pessoas e empresas…

A Teoria/dados:

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com Órgãos de Pesquisas e Estudos nos Estados levantam e processam dados que representam o desempenho da atividade econômica nacional e das unidades federativas através das Contas Regionais.

No Piauí essa rede institucional é operacionalizada pelo IBGE, Seplan (Secretaria de Planejamento do Piauí), por meio da Cepro (Superintendência de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí).

O PIB do Piauí no ano de 2020 registrou uma capacidade produtiva da economia piauiense expressa monetariamente de R$ 56,4 bilhões de reais a preços correntes, ou seja, nominalmente, incorporando as variações de preços de produtos e serviços levantados. Com isso houve um crescimento de 6,8% em relação ao ano de 2019.

Agora, ao olhar o PIB do Piauí a partir do volume de produção percebe-se, o PIB 2020 apresenta uma redução em relação ao PIB 2019 de 3,5%, efeito direto do impacto da Covid-19 sobre as atividades produtivas do Estado.

De acordo com a Seplan/Cepro num recorte de tempo de 2002 e 2020, o Piauí apresentou um crescimento acumulado de 82,3%, uma média de 3,4% ao ano durante todo o período.

Essa performance fez com que a participação relativa do Piauí na composição do PIB nacional saísse de 0,5% em 2002 para 0,7% em 2020.

A estrutura produtiva atual do Piauí de acordo com VAB (Valor Adicionado Bruto) se apresenta com a seguinte formatação:

  1. Serviços representam 74,8% da economia;
  2. Indústria representa 14% da economia;
  3. Agropecuária representa 11,3% da economia;

A pandemia atinge de formas diferentes as diversas atividades produtivas, em relação a esses setores, Serviços tiveram redução na sua participação de 5,1% na economia piauiense no ano de 2020 em relação à 2019.

A Indústria cresceu sua participação em 1,7%, já que em 2019 era 12,3% e em 2020 cresceu para 14%.

A Agropecuária teve maior crescimento no período, cresceu sua participação na economia piauiense de 3,3%, já que em 2019 tinha uma participação na composição do PIB do Estado de 8% e em 2020 apresentou 11,3%.

A Análise:

Tenho compartilhado com meus alunos em sala de aula que a “rampa” de crescimento do Piauí dentro da economia brasileira pode ter uma inclinação mais acentuada na medida em que conseguir dar “choques” em áreas chave para dar tração as atividades econômicas.

São cinco áreas já mapeadas pela Superintendência Cepro, como potenciais fontes alimentadoras do PIB do Piauí: infraestrutura, agronegócio, energias renováveis, mineração e turismo.

Agronegócio acompanhado da agregação de valor às matérias-primas produzidas tem papel estratégico. O município de Uruçuí é um exemplo de diversidade produtiva a partir da produção de grãos.

Energias Renováveis, já gera valor, a atração de investimentos tende a ampliar mais ainda o que já está sendo feito. A emergência climática é um excelente contexto para o Piauí reforçar seu papel como um dos protagonistas na geração de energia limpa. Temos irradiação solar e incidência de correntes de ar para geração de energia eólica e solar.

O fortalecimento da Infraestrutura do Estado precisa de investimento públicos do governo federal como motor e de forma complementar a consolidação de ambiente de negócios atrativo para investimentos privados em PPPs (Parcerias Público Privadas), Concessões complementando investimentos.

A Mineração é uma outra atividade em que o Estado tem potencial e que depende principalmente de infraestrutura logística via ferrovias para escoar a produção em escala maior e a custo mais baixo.

Por fim o Turismo e sua complexa teia de negócios que se entrelaçam engrandecendo a economia piauiense e a projetando globalmente como destino turístico.

A Conclusão:

Sabemos onde estamos, existe um mapa apontando para onde devemos ir.

O que estamos esperando?

Uma rede que compartilhe e colabore com recursos materiais, humanos, financeiros, intelectuais de forma criativa e que envolva governos, pessoas, empresas e entidades sem fins lucrativos pode ser a chave para um futuro desejável…

A equipe que trabalhou na elaboração do PIB do Piauí 2020 pela Seplan/Cepro foi: Amanda Dias, José Edson Rodrigues Jr, Manfredi Cerqueira Jr, Marcos Antônio Pinheiro e João Vitor Rodrigues (estagiário).

Até a próxima!

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