Uma professora da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Sul de São Paulo, imobilizou o estudante que atacou educadores e alunos dentro da sala de aula na manhã desta segunda-feira (27).
Câmeras de segurança da unidade registraram o momento em que ela contém o agressor para salvar outra vítima.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, ela é professora de educação física e foi responsável por evitar uma tragédia maior.
“Vale ressaltar o ato heroico da professora Cintia, de educação física. Foi ela quem imobilizou o agressor, ela que fez com que a faca fosse retirada dele. Não fosse essa ação heroica dela, certamente a tragédia teria sido muito maior”, afirmou Derrite.
Entenda o que aconteceu
- Ataque ocorreu na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Sul da capital, na manhã desta segunda-feira (27);
- Um estudante de 13 anos, do 8º ano, esfaqueou quatro professoras e um aluno dentro da escola;
- Enquanto ele atacava uma das vítimas, Cinthia, uma professora de educação física, conseguiu imobilizá-lo, e outra professora, Sandra, o desarmou;
- Logo depois chegaram agentes da Ronda Escolar, e o aluno foi encaminhado a uma delegacia
- As cinco vítimas foram socorridas e levadas a hospitais da região;
- A professora de ciências Elisabete Tenreiro, de 71 anos, levou cinco facadas. Ela teve uma parada cardíaca após ser atacada e não sobreviveu;
- Ao ficarem sabendo do ataque, pais se dirigiram à escola, para retirar os filhos.
O ataque
Quatro professoras e um aluno foram esfaqueados manhã desta segunda-feira (27) dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, segundo o governo de São Paulo. Uma das professoras morreu.
Elisabete Tenreiro, 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário, da USP.
Inicialmente, a polícia havia informado que dois alunos tinham sido atingidos. Um deles, porém, foi socorrido em estado de choque, mas sem ferimentos.
A outra criança ferida sofreu um corte no braço e foi levada a um hospital da região. Segundo a mãe de outro aluno, ele tentou salvar uma das professoras e ficou ferido superficialmente.
Uma das professoras foi levada para o Hospital das Clínicas e o outra para o Hospital Bandeirantes.
O secretário estadual da Educação, Renato Feder, disse que o agressor tinha pedido transferência e estudava na unidade desde o começo deste ano.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) que cumpre agenda fora do país, lamentou por meio das redes sociais “Não tenho palavras para expressar a minha tristeza”, escreveu ele.
O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), também lamentou o ataque. “Uma tragédia que nos deixa sem palavras”, disse.
De acordo com a Polícia Militar, o agressor, um aluno do oitavo ano, foi contido pelos policiais e levado para o 34° DP, onde o caso está sendo registrado.
Na porta da escola, pais relataram à reportagem da TV Globo que agressões físicas entre os alunos são constantes na escola.
Vítima lecionava como “propósito de vida”
Elisabete Tenreiro, de 71 anos, professora da Escola Estadual Thomazia Montoro, morreu nesta segunda-feira (27) após ser esfaqueada por um aluno dentro da sala de aula. Outras três educadoras e um aluno ficaram feridos.
Elisabete teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário, da USP. Ela era professora de Ciências e atuava na unidade desde o começo do ano.
Segundo uma das filhas, ela tinha a educação como missão e era querida pelos alunos das escolas por onde passou.
“Ela era uma pessoa dedicada a lecionar, como propósito de vida. Ela achava que ela tinha essa missão, em um país com tanta falta de educação, se ela pudesse mudar a trajetória de um aluno, ela já ganhava com isso. Ela era muito querida por onde ela passou.”
A educadora também trabalhou no Adolfo Lutz como técnica e a partir de 2015 começou a dar aulas. Em 2020, se aposentou do Adolfon Lutz.