HISTÓRIAS DE SUCESSO! Rosângela Castro: “Acordo todo dia pensando que tenho que ser melhor amanhã”

Marcelo Costa

Editor

Há muito tempo o nome Rosângela Castro está diretamente relacionado ao mercado imobiliário piauiense. Difícil dissociar as duas coisas, marca pessoal da marca corporativa o desejo de muitas(os) executivas(os) e marcas. Em entrevista exclusiva ao portal global de notícias https://sertao.online conteúdo, a empresária revela os processos de construção de um nome no mercado e sua marca empresarial. Na lista de ações está, entre outras coisas, reciclagem constante, muita dedicação, uma boa equipe e jamais fugir da ética. “No início, o mercado era muito masculino e enfrentei preconceitos. Mas sempre fui muito profissional, e com isso conquistei respeito e credibilidade”, conta. Sobre as ferramentas, a empresária ressalta que hoje o mundo on line é muito importante, mas é preciso investir “no todo” no mercado publicitário, num mix de marketing e comunicação planejado. “O cliente clica, fala pelo wahatsapp, mas compra mesmo com quem passa credibilidade”, explicou.

Confira a entrevista.

Como foi o início de tudo? Como a senhora entrou no mercado imobiliário?

Entrei meio por acaso. Trabalhava vendendo roupa masculina. Quando comecei, ainda adolescente, meu pai não tinha muitos recursos. Então passei a vender roupas para os amigos e descobri um nicho de mercado que era o público masculino, que não dá muito trabalho e a taxa de retorno é alta. O homem compra roupa sem dar muito trabalho e eu conseguia vender com o dobro do valor da peça. E como eu queria crescer, vender mais, fui buscar onde estava o público masculino. Foi quando surgiu a oportunidade de ir a uma construtora. Fui para fazer network. Minha intenção era passar dois, três meses para vender camisas. Passei seis meses e me deparei com a corretagem. Na época tinha 21 anos. Todos diziam que eu tinha perfil e me chamavam para ser corretora. Só que eu achava muito distante da minha realidade. Era um mundo muito masculino. Conhecia somente duas mulheres em Teresina que eram corretoras. Acho que fiquei com medo do estilo da venda. Mas resolvi testar. Depois fui para outra construtora, também com a intenção de fazer network, e foi quando eu vi a oportunidade de vender lotes no final de semana. Vendi, ganhei uma boa grana! Foi quando me despertou: acho que vou mudar, ser corretora.

Onde deu os primeiros passos?

Fui ser corretora do Francisco Reinaldo, da Boa Vista, que me chamou para trabalhar com a venda de casas populares, no bairro Dirceu. Trabalhei cerca de três meses e vendi bem, então vi que tinha potencial. Foi quando busquei vender imóveis de alto padrão. Fui ser corretora da Mafrense, que era uma das maiores construtoras da época. Fiquei lá dois anos. Depois fui convidada para ser diretora da maior construtora do Piauí, a Jurema, onde fiquei por 10 anos. Aprendizado nesse tempo tivemos muitos. Por exemplo, na construtora eu comprava o terreno, escolhia o arquiteto, escolhia o produto, ou seja, fazia todo o processo até o último momento, que era a entrega do imóvel. Participava inclusive das reuniões de inadimplência porque o construtor queria que fizéssemos uma venda bem feita.

A senhora disse que teve o impacto inicial de se deparar com um meio muito masculino. Como foi quebrar essa barreira?

Antes de entrar no mercado, tive receio por ser um meio muito masculino, mas sempre fui muito autoconfiante. Sabia muito bem o meu papel. Na época existia preconceito mesmo! A mulher era subestimada no mercado, e comigo não seria diferente, mas o estudo, postura e profissionalismo foi muito importante para meu posicionamento no meio. Eu sempre me coloquei muito no meu lugar, sendo sempre muito profissional. E assim superamos essa barreira. As pessoas passaram a me respeitar como profissional. Cresci com isso, me destacando, sempre buscando fazer o melhor. Foi nesse período que ganhei a confiança de muitos clientes de alto padrão.

Como foi a etapa seguinte, quando resolveu dar seus próprios passos?

Coincidência ou não, tenho o mesmo sobrenome do pessoal da construtora que trabalhava. Isso teve reflexos bons e outros nem tanto. Como eles são políticos, o nome Castro acaba causando reações positivas e outras reações. No início perguntavam se eu tinha grau de parentesco com o pessoal da construtora Jurema, mas eu levava na brincadeira. Mas uma coisa boa foi que quando sai de lá era conhecida como a ‘Rosângela Castro da construtora Jurema’, e quando eu ligava para os clientes eles já associava a algo de qualidade. ‘Se é a Rosângela que está me apresentando, então é bom’, entende? Tenho clientes de lá até hoje, que compram para investir, que sempre me pedem indicação de coisa boa. Graças a essa confiança consegui, através dos anos, me manter no mercado. Também sempre estudo, leio muito! Juntando tudo isso me sinto cada dia melhor, e com energia de quem começou agora.

Mas o que motivou ter vontade de criar a sua própria empresa?

Passei 10 anos na construtora Jurema. Recebi um convite para ir para Fortaleza, trabalhar como diretora numa construtora grande. A construtora aqui estava entregando o último prédio e me propus ficar até a entrega do último apartamento. Foi quando recebi o convite para ir para Fortaleza, e estava determinada a ir, mas me veio o desejo de montar a minha imobiliária. Aqui as construtoras me viam muito com cara de “Jurema” e por conta disso não busquei me recolocar em outro local. Disse que só sairia de lá para montar minha própria imobiliária. Daí, em 2008, um pouco antes do boom imobiliário, me organizei. Sempre gostei de montar, de formar. Tinha uma reserva financeira, resolvi montar a empresa e formar a equipe. Já comecei grande, com 18 corretores e dois gerentes. Com a experiência que já tinha foi fácil, foi mais leve do que ser diretora da empresa. Aqui, seu principal concorrente é o mercado. Ou você é profissional para se sobressair ou não vai ganhar dinheiro. Não dá pra brincar de ser empresária(o). Em 2009 me mudei para uma sede nova, como eu queria, como eu imaginava ser uma empresa de venda de imóveis. Fiquei lá até o ano passado e hoje estamos nessa nova sede, com sala individual, salas de atendimento, de gerência, entre outras coisas.

Qual a receita para se manter bem no mercado?

Tem cerca de quatro anos que senti o momento de me reinventar. Essa questão de sentar no trono e dizer eu sou a melhor – nunca tive isso, nunca tive esse orgulho, dizer que tenho um nome no mercado, que sou a tal, não! Acordo todo dia pensando que tenho que ser melhor amanhã. Vou continuar me reciclando, aprendendo! Essa é minha receita. E agora veio o momento do on line. Em 2012, 2013 eu passei um período de não acreditar no on line. A gente tinha feito testes e a população ainda não consumia através das redes sociais do Google o mercado imobiliário. Mas em 2015 eu vi o negócio acontecer e resolvi acreditar. Só que essas ferramentas no mercado imobiliário ainda não existiam. Em 2016, 2017 fiz alguns cursos. Testei muitas ferramentas até que em 2019 contratei uma consultoria, porque acho que consultoria funciona se você contratar bem. Quando você quer ir para o próximo nível tem que contratar consultoria. Montei uma equipe própria de marketing e comunicação, com pessoal que trabalha direto com geração de leads. De uns dois anos pra cá veio a pandemia e a coisa acelerou.

Quais as principais mudanças?

Antigamente eu tinha 70 ligações por dia. A gente investiu muito em marketing. Investia cerca de R$ 70 mil, em uma única campanha na TV, R$ 12 mil de patrocínio num programa na Televisão. Hoje a gente investe fracionando. É mais difícil atender o cliente, mas a gente investe menos. De dois anos pra cá as pessoas quebraram esse preconceito. Já vendi on line. Vendi imóvel de quase dois milhões sem a pessoa nem entrar no apartamento, só através de imagens. O cliente assina o contrato confiando na corretora, na empresa. Isso que eu acho legal, a confiança no trabalho construído ao longo de muitos anos.

A senhora falou que investiu muito em publicidade. Esse é também um ponto fundamental?

Sim, com certeza. Para construirmos esse nome a nossa marca, para chegar até aqui, a gente investiu bastante em programas na TV! As redes sociais são muito líquidas, no sentido de que se você não estiver investindo o tempo todo você não é visto, não é lembrado. Na internet hoje está todo mundo sendo bombardeado. Está todo mundo anunciando. Digamos que tem mil corretoras(es) em Teresina, desse total, 300 anunciam o tempo todo nas redes sociais. Para ganhar autoridade, hoje, na internet, é difícil.  A pessoa vai para o botão de ação, faz o contato através do whatsapp, mas só compra com quem passa credibilidade. E quando a gente já tem um nome feito através de outras áreas, meios, por exemplo, como o rádio onde já ouviram seu nome, que já viram sua marca na TV! Eu acredito no todo. Eu acredito em outdoor, acredito em TV, em rádio, mas cada coisa em um momento específico, como num lançamento, por exemplo. Quer fazer um nome? Tem que investir no todo, em um bom mix de comunicação e marketing e em especial na força de vendas.

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