Falta trabalhadores especializados nos EUA faz mão de obra estrangeira ser bem vinda ao país

Engenharia é outra profissão com carência de mão de obra

Jornalista Eleonora Paschoal
Direto dos Estados Unidos

Abrir as portas para os imigrantes está sendo visto como uma alternativa rápida e eficiente para preencher cerca de 11 milhões de vagas que existem nos Estados Unidos para mão de obra qualificada.

Dentre as profissões em escassez estão os professores cujo déficit até 2025 deve ser de mais de 316.000  já que em 2019, 40% menos pessoas ( se comparado com 2005)  optaram por não  seguir a carreira acadêmica .

Engenharia é outra profissão com carência de mão de obra e, por isso, a expectativa é que nos próximos 2 anos a demanda deve aumentar cerca de 10%, independente da especialização.

Mas, o que mais preocupa é a escassez de profissionais da área de saúde como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas…

Segundo a Associação de Colégios Médicos Americanos, nos próximos oito anos, o país terá uma carência de 121 mil profissionais de saúde.

Por causa disso, muita gente já tem se movimentado para solicitar Green Card com o visto EB2-NIW, usado para profissionais cuja mão de obra especializada é escassa em terras americanas (Esse visto é extensivo a família: cônjuge e filhos até 21 anos). 

Segundo o advogado de imigração, Alexandre Piquet, o visto EB-2 NIW (National Interest Waiver) pode ser solicitado estando a pessoa dentro ou fora dos EUA, ele explica, também, que o fato de ser uma profissão em escassez não libera o profissional de cumprir as exigências de validação do diploma, o que pode ser feito enquanto o visto é solicitado ou, após, a aprovação do Green Card.

Durante o andamento do processo, caso a pessoa esteja nos Estados Unidos, é emitida uma permissão temporária de trabalho – “Com essa permissão a pessoa vai poder trabalhar em qualquer emprego e até em alguma função dentro de um serviço de saúde mas, lembrando que para exercer a sua atividade original ela precisará da validação do diploma e da licença específica para a sua profissão aqui nos Estados Unidos.” – esclarece Alexandre Piquet.

As remunerações variam de estado para estado e levam em consideração vários pontos da carreira de cada profissional, dentre eles:  a formação acadêmica, os anos de experiência, a especialização.

Um médico pode ganhar, por mês, cerca de 8 mil dólares na Georgia e quase 18 mil em Connecticut ou na Flórida.  Se ele for pediatra o recebimento anual pode passar de 200 mil dólares por ano, um anestesista ou cirurgião geral podem ter ganhos superiores a 250 mil dólares.

Enfermeiros e fisioterapeutas recebem por horas trabalhadas e, alguns profissionais chegam a receber dependendo da área de atuação de 50 a 100 dólares por hora podendo chegar a  170 mil dólares por ano.

O motivo dessa carência?

Não há um motivo específico mas, sim, vários:  Segundo as pesquisas mais de 1 milhão de americanos   que perderam ou deixaram o emprego durante a pandemia não estão buscando voltar ao mercado de trabalho. Além disso, apontam os especialistas há falta de incentivos do governo para a formação de profissionais e os alto custos para se cursar uma universidade dentre outros fatores.

Como solicitar o visto?

Para começar o processo de solicitação do visto EB-2 NIW o profissional de saúde, com diploma universitário, precisa ter 5 anos de experiência comprovada após o bacharelado e 4 cartas de apresentação / recomendação escritas por pessoas da área em que ele atua. 

Alexandre Piquet, chama a atenção para um ponto extremamente importante no processo de imigração:  a contratação de um profissional habilitado e registrado na ABA – American Bar Association, o equivalente a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil. Ele lembra, inclusive, que cada estado americano tem regras distintas para o funcionamento de escritórios de advocacia e, é importante saber se não há reclamações ou processos relacionados a atuação profissional do advogado no estado em que será dada entrada no pedido do visto EB-2 NIW.  – “A decisão de mudar de país mexe com toda a estrutura familiar e, qualquer erro pode ser fatal e devastador   tanto na parte financeira como, e, principalmente, no psicológico de cada integrante da família, por isso é importante que todo o processo seja conduzido por um profissional habilitado”, explica ele.

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