Um futuro desejável para o Piauí passa pelo turismo…

Olá, eu espero que você esteja bem!

A economia piauiense tem no setor de serviços o maior peso na geração de riqueza, representa 74,8% do PIB do Estado.

Dentro deste percentual muitas das atividades econômicas estão ligadas ao segmento turístico, ou seja, estímulos nessa área teriam relevantes impactos na tração econômica do Estado para performar melhor na economia.

Entre as motivações para as viagens turísticas vou citar apenas duas:

  1. Lazer: sol/praia, aventura, pesca, esportes, férias, eventos culturais. Perceba que as motivações podem se misturar inclusive;
  2. Negócios: reuniões, conferências, congressos, feiras de negócios, viagens de fechamento de negócios. Esse segmento inclusive precisa hoje dia contemplar os impactos sofridos pela pandemia e as possibilidades desses eventos serem realizados de forma remota;

É interessante, na motivação de viagem turística de negócios, um ponto forte de Teresina, capital do Piauí, a ser destacado como ponto que chama a atenção do turista é a temperatura da cerveja!

Muitos turistas desse segmento que viajam o país inteiro, destacam em conversas com motoristas de aplicativos e taxistas que aqui em Teresina, bebem a “cerveja mais gelada do país”!

Detalhe, nunca vi essa experiência ser peça de promoção turística em nossa cidade…


Voltando para a discursão mais técnica, existem dois indicadores já definidos pelo planejamento do Estado para avaliar desempenho turístico:

  1. Percentual do segmento turístico na composição do PIB (Produto Interno Bruto);
  2. Participação percentual dos empregos formais turísticos, no total de empregos formais gerais gerados no Estado;

O segundo ponto mencionado acima, é preciso deixar claro, não cobre uma grande variedade de postos de trabalhos informais que giram em torno do segmento turístico.

Todos os pontos acima desse texto apontam para o entendimento de nossa realidade atual no setor de serviços, no segmento turismo.

Agora, um exercício para pensar nos elementos necessários para um modelo turístico desejável: politicamente decente, economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.

Precisamos definir quatro pontos bases para esse modelo turístico “made in Piauí” desejável:

  1. Atrativos turísticos: o Piauí tem de sobra, posso fazer uma lista enorme de atrativos turísticos por todos os territórios de desenvolvimento do nosso Estado e das mais variadas modalidades: ecoturismo, religioso, cultural, sol/praia etc;
  2. Infraestrutura: envolve abastecimento de água, saneamento básico, energia, conexão de internet. Vou citar um exemplo bem específico, na zona rural de Teresina, na comunidade Santa Teresa, Cacimba Velha, que envolvem “Beco da Raposa”, a “Serra do Gavião”, falta toda essa infraestrutura e ainda assim, gera valor ofertando serviços na área do turismo rural. Se tivesse essa infraestrutura toda para empreendedores e seus clientes, o valor gerado seria ainda maior. Saindo de um ponto de vista micro e olhando de um ponto de vista macro, a infraestrutura integra cada vez mais o Piauí ao Brasil e ao mundo na cadeia global de geração de valor, mas para isso precisamos de políticas articuladas de formação de mão-de-obra qualificada (internaliza a renda local) e investimentos;
  3. Capacidade de recepção: engloba a oferta de equipamentos turísticos como hospedagem e estabelecimentos de alimentação e lazer. Nessa dimensão temos a importante participação de empreendedores do segmento turístico que operam com muitas dificuldades quando há deficiência de infraestrutura e não basta emprenho individual, estamos falando de “experiência turística”, nas impressões que os turistas vão vivenciar. Ainda assim são de competência dos empreendimentos a logística dos negócios, atendimento e qualidade do serviço prestado;
  4. Promoção/Marketing: aqui temos a construção do conceito turístico do atrativo como o tipo de turismo, público-alvo, sinergia público-privada.

As quatro dimensões citadas acima devem fazer parte de um plano que as integrem através de programas setoriais e de projetos conectados com um plano ainda maior de desenvolvimento do Estado.

Não sendo assim, vão ocorrer descompassos entre as quatro dimensões e seguintes cenários:

  1. Existência de atrativo sem infraestrutura, sem capacidade de recepção e sem promoção/marketing;
  2. Existência de atrativo com infraestrutura, sem capacidade de recepção e sem promoção/marketing;
  3. Existência de atrativo com infraestrutura, com capacidade de recepção e sem promoção/marketing;

Caro leitor, a cada experiência turística, procure aplicar esses quatro critérios: atrativo, infraestrutura, capacidade de recepção e promoção/marketing…

Uma avaliação criteriosa força empreendimentos privados e as gestões públicas a qualificarem cada vez mais o segmento turístico, dando tração à atividade econômica local, regional e nacional.

Em uma oportunidade assisti uma apresentação do então Secretário de Turismo do Ceará (empresário do Beach Park), e este tratado de turismo no Nordeste.
Na ocasião, perguntado se haveria a possibilidade de colaboração entre os Estados do Nordeste para alavancar o turismo regional o Secretário deu uma resposta que tirou a gargalhada do auditório:
_ “Sendo sincero, você nunca vai ver uma colaboração por exemplo entre Ceará e Pernambuco, nós disputamos o mesmo turista”!

Sendo assim, não tenhamos dúvidas, é disputa de grandes players (jogadores), buscando a consolidação de suas respectivas regiões como polos atrativos para fluxos de investimentos e pessoas no segmento turístico.

Um futuro desejável para o Piauí, nos exige entrar nessa disputa e não adianta ter apenas atrativos turísticos e potencial, é preciso “preparação”!

Até a próxima…

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