Superman Ano Um “quase” foi uma boa história

Até o final do primeiro volume dá pra sonhar com uma história original e bem bacana

Quando um grande ídolo como Frank Miller produz algo sempre existe muita curiosidade em torno do resultado, mesmo sendo notório que há um bom tempo o desenhista e roteirista de histórias em quadrinhos, autor do revolucionário “Batman – Cavaleiro das Trevas”, não cria nada realmente interessante.

Mesmo assim, certamente milhares de fã buscaram a leitura de Superman Ano (Frank Miller e John Romita Jr), da linha DC Black Label, publicada no Brasil pela Panini Comics em três volumes, com o sonho de ver esses dois artistas de volta ao topo da criação.

Mas, infelizmente, mais uma vez esse desejo ficou no “quase”. Apesar de não apresentar nenhuma novidade, o primeiro volume termina deixando a esperança que teríamos algo novo e interessante. Isso porque outras origens do Homem de Aço apresentam o conflito de Clark Kent ter superpoderes e ainda não poder mostra-los apenas na escola.

Desta vez, a partir do segundo volume, Clark busca novos aprendizados ao se alistar na Marinha dos Estados Unidos. Obviamente, logo se destaca e é mandado para treinamento em Forças Especiais. Mas a partir daí o “caldo começa a entornar”.

Do nada, Frank Miller tirar o Homem de Aço de envolvimento com o mundo normal e relacionamento com os humanos para levá-lo para Atlantis, o mundo submerso. E simplesmente por ter se encantado por uma sereia. Chega a enfrentar os desafios de Netuno, vence… e pra nada! Não mostra nenhum interesse nem no trono, muito menos na sereia. Para que tanto esforço, então! Só para mostrar força?

Nas páginas seguintes a coisa piora, nada mais faz sentido! O sentimento de quem está lendo é de que Frank Miller quis apresentar muita coisa, mas não tinha muitas páginas para isso, e nem conseguiu fazer ligação entre um acontecimento e outro.

No volume três, Superman, em menos de 40 páginas Frank Miller coloca o que seria “Batman versus Superman” e “os primeiros passos para formação da Liga da Justiça”. Ou seja, tudo muito jogado e completamente estranho. Miller deve ter imaginado uma grande saga para o Homem de Aço e depois descobriu que seria só uma história simples.

A arte

Com a arte de John Romita Jr acontece algo parecido. Apesar de certamente não estar na sua melhor fase, mas Romitinha capricha no primeiro volume. Vale destacar que, muito além da ilustração, o principal destaque do John Jr é quadrinização. Em poucas palavras, é a maneira como arruma tudo para contar a história.

Nos volumes, seguintes, no entanto, a artista parece ter recebido o mesmo recado do escritor. Ou então, percebeu que Miller não apresentava o mesmo resultado do início e resolveu relaxar!

Mesmo assim, John Romita Jr dá uma boa caprichada em alguns momentos.

Portanto, pela arte e pelos momentos bons que chega a apresentar, e ainda pelo preço justo (R$ 19,90 cada volume) dá pra dizer Superman Ano Um até vale a pena o esforço, mas é bom relembrar: não crie expectativas.

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