Retorno das aulas presenciais obrigatórias ainda divide opiniões

Na maioria das escolas particulares as aulas já iniciaram e também de forma presencial

Marta Nívea

Estagiária

Marcelo Costa

Editor-chefe

A volta as aulas presenciais obrigatórias no Piauí ainda tem dividido opiniões. Mesmo representando um ganho na questão educacional, o medo da Covid-19 ainda assusta muito pais.

Na rede estadual, a Secretaria de Educação (Seduc) deu início nesta segunda-feira, 21 de fevereiro, o período letivo de forma remota. Neste primeiro momento, por determinação do governador, as unidades escolares poderão iniciar as aulas utilizando ferramentas e/ou plataformas digitais, além de contarem com o auxílio das aulas do Canal Educação.

Já na rede municipal, a determinação do prefeito Dr. Pessoa foi o retorno das aulas presenciais a partir desta terça feita (22).

Na maioria das escolas particulares as aulas já iniciaram e também de forma presencial.

A divergência de opiniões sobre o tema ficou bem mais evidente entre os pais de alunos. Ketula Lorrany, mãe de um aluno da rede Estadual de ensino, por exemplo, defendeu o retorno das aulas presenciais. “Sou a favor do retorno das aulas. Em casa o ensino do meu filho é totalmente diferente do ensino presencial. O suporte de um professor perto do meu filho pode agregar muito mais. O ideal seria a escola proporcionar kits de higiene, álcool em gel, máscaras e distanciamento social”, conta.

Para Valdilene Lemos, também mãe de aluno da escola pública, o retorno das aulas é importante. “É complicado porque nós pais e mães queremos que nossos filhos continuem presencialmente o ensino mas, por outro lado, ficamos com receio de não ter apoio necessário nas escolas. Prefiro presencialmente porque o ensino básico online não está dando suporte necessário para melhor atender os alunos e assim tirar dúvidas com professores fica muito complicado. Presencialmente, as dúvidas tanto dos pais como de alunos são esclarecidas, e as atitudes podem ser tomadas com melhor vigor”, ressalta.

Na rede privada

Já Rejane Mendes, mãe de aluno do ensino privada, tem opinião diferente. “Não acho que com tanta tecnologia o meu filho precise se expor a uma doença que mata! Até concordaria com o retorno, mas com todos os alunos imunizados”, argumenta.

O Brasil foi um dos países que fechou mais tempo escolas durante a pandemia. E os estudantes de famílias mais pobres foram os mais prejudicados com aulas remotas. Levantamento do Data Favela apontou que mais da metade (55%) dos estudantes do Brasil estão sem estudar durante a crise sanitária, parte (34%) não consegue participar por falta de acesso à internet, e outra parcela (21%) não está recebendo as atividades da escola ou faculdade na qual está matriculada.

De acordo o médico Clínico Geral, Vitor Nunes (CRM-PI: 4452), o ideal seria que as crianças só retornassem as aulas após a imunização contra a Covid-19. “No entanto, também é preciso levar em conta que as aulas presenciais trazem mais rendimento escolar, além de serem importantes para a socialização das crianças”, avalia.

Para o médico, mesmo após a vacinação dos escolares, é importante que as medidas sanitárias sejam mantidas nas instituições de ensino (uso de máscara, distanciamento, e uso de álcool em gel).

“As sociedades científicas de todo o mundo já reconhecem que a vacina contra a COVID-19, para pacientes abaixo de 10 anos, trazem muito mais benefícios que riscos. A vacina protege as crianças do adoecimento pela COVID e, por consequência, também reduz a transmissão do vírus para quem convive com crianças. Além disso, por reduzir o risco de contaminação das crianças, a vacina reduz as chances de complicações, como pneumonias, crises de asma, e doença de Kawasaki”, explica.

A doença de Kawasaki é uma doença autoimune que acomete os vasos sanguíneos de vários sistemas orgânicos, e pode trazer consequências graves para a saúde das crianças.

As novas publicações da OMS refletem as mais recentes e robustas evidências científicas disponíveis, incluindo sobre temas como vacinação em crianças e adolescentes e priorização de doses adicionais e de reforço em relação às taxas de cobertura vacinal. SAGE e OMS apontam que é seguro e eficaz vacinar crianças a partir de 5 anos contra COVID-19 com dose pediátrica da Pfizer–BioNTech .

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