O mais importante evento do setor de marketing e comunicação digital do Brasil, o ProXXIma, realizado pelo Meio & Mensagem, reuniu no início de mês em São Paulo líderes e gestores de diversas marcas para discutir o impacto que a inovação e a tecnologia podem ter nos negócios, com apresentações de palestrantes internacionais, cases e experiências de sucesso no mundo.
O evento aponta quais os caminhos para o futuro, apresentando todas as tendências nesta área. Pelo segundo ano, o ProXXIma apostou em um formato híbrido que busca mesclar os benefícios do digital, sem perder a conexão proporcionada pelo presencial. O resultado desse desafio é uma estrutura dividida em três palcos.
“Sem dúvida, o maior evento de tecnologia e comunicação da América Latina. Vimos praticamente todas as grandes plataforma de tecnologia de comunicação do mundo, TVs linear apenas a Globo como patrocino master o SBT com um stand e a Band representa pelo Zeca Camargo como palestrante. Mas isso não quer dizer que a TV vá sumir, e sim que ela está se integrando, convergindo cada vez mais às redes sociais, transitando de forma linear, e vice-versa”, lembrou o publicitário piauiense Cândido Gomes, da VENDE INTELIGÊNCIA reputação de marcas, presente ao evento à convite da Federação Nacional das Agências de Propaganda – FENAPRO. O profissional é o atual presidente do Sinapro no Piauí.
Temas em debate
Durante os dois dias de eventos, uma ampla programação trouxe à tona temas ligados à comunicação e tecnologia, e que inevitavelmente têm importância fundamental a todo tipo de negócio.
Estiveram presentes executivos de diversos setores como Marcilio Pousada, CEO da Raia Drogasil; Nick Coronges, Leonora Bardini diretora de programação e marketing da Globo, Zeca Camargo apresentador e diretor-executivo de produção da Band, global chief technology officer da R/GA; Patricia Borges, CMO da Diageo; André França, CEO da WMcCann; Marcia Esteves, presidente da Lew’Lara/TBWA; Felipe Silva, CEO da Agência Gana; Marcio Carvalho, diretor de marketing da Claro; Priscila Queiroz, head de publishing da Riot Games e Willian Reis, coordenador executivo do AfroReggae.
Cândido Gomes: “Sem dúvida, o maior evento de comunicação da América Latina”
O publicitário Juratan Moura, sócio da Global Master, ressaltou que voltou do evento completamente renovado e motivado. “Minha indicação é que ninguém deixe de participar do ProXXIma 2023. Os debates passam realmente por todos os caminhos da comunicação, é mesmo fundamental”, conta.
Segundo lembra o publicitário, foi discutido durante o evento assuntos que vão desde a mídia de rua até o Metaverso, passando, inclusive, como as agências de propaganda devem se comportar atualmente.
“Uma das coisas ditas lá, que achei muito pertinente, e que concordo totalmente, foi o fim da hierarquia nas agências. Está corretíssimo. Não somos uma loja de material de construção, por exemplo. Não existe mais isso, todos devem participar do processo”, avalia.
Ainda se tratando do trabalho das agências, outra questão levantada no evento e defendida pelo publicitário, justamente por ser bem pertinente a realidade piauiense, é a necessidade de ter que parar suas atividades para ter que participar de uma concorrência. “Até que para uma agência de grande porte não é algo tão grande, mas para as médias e pequenas é muito complicado. Isso foi levantando em um dos debate e eu também concordo plenamente”, disse.
Na foto: Juratan Moura (Global Master), Patrícia Andrade, da WMcCann de Brasília, e André França, presidente da WMcCann Brasil
Como as marcas podem se aproximar do Metaverso
Um dos temas de maior destaque no evento foi o Metaverso, que já é uma realidade que a tecnologia pôde incluir ao universo de marcas e consumidores. Ainda que, no imaginário de muitas pessoas, seja algo condicionado à ficção sendo associados à clássicos cinematográficos como Matrix, ou mesmo da literatura como Ready Player One, de Ernest Cline, marcas como Facebook e Epic Games já começam a investir nesse tipo de tecnologia. Diego Martinez, gerente-geral da Riot Games no Brasil e Vanessa Mathias, co-founder da White Rabbit, falam sobre essa inserção na realidade atual da sociedade.
Para Juratan Moura, o Metaverso é a maior oportunidade de negócios desde a criação da internet.
Para falar sobre isso, é importante entender que o Metaverso não se condiciona apenas a uma condição, e se conecta diretamente com a forma como a tecnologia evolui, juntamente com o modo como a sociedade e empresas utilizam a internet, está diretamente ligada com uma visão de longo prazo. Vanessa Mathias define como “um lugar no tempo”.
Por isso, para as marcas, entrar nesse ambiente é algo que deve acontecer juntamente com a evolução, já que a proposta principal é se tornar como uma extensão do mundo físico. “Você vê empresas como a Epic convertendo a leitura que ela tem hoje com o Fortinite. Ela consegue criar uma roupagem que as pessoas conseguem usufruir do que elas querem”, comenta Diego Martinez.
Nesse sentido, um dos princípios básicos para estar nesse novo ambiente está em como as marcas pretendem se posicionar, e participar da construção, mudar os KPIS. Vanessa Mathias avalia que existem alguns cuidados a serem tomados: “a nova fronteira para as marcas é essa ideia de responsabilidade social”. Para ela, a maior necessidade nesse momento é observar quem irá construir esse novo mundo e como ele será monetizado. “Normalmente quem constrói seta as regras. Vamos viver sob novas regras da sociedade e falar sobre uma inversão de que o poder dos governos serão muito diminuídos”, completa.
