Comoção geral e desespero de Richarlison dominam vestiário da seleção

O Brasil foi eliminado pela seleção da Croácia nos pênaltis

O clima de comoção geral dominou o vestiário da seleção brasileira após a eliminação para a Croácia nos pênaltis, pela quartas de final da Copa do Mundo do Qatar, nesta sexta-feira (9). Alguns começaram a chorar já no gramado depois do erro de Marquinhos nas penalidades, como foi o caso de Neymar, mas outros esperaram a intimidade para desabar.

Não foi à toa que a delegação demorou mais de 2h30 para deixar o Estádio Education City. Os mais velhos tentaram consolar os mais novos, Tite deu breve discurso de despedida, mas foi difícil conter os ânimos.

Richarlison não conseguiu parar de chorar. A descrição de quem viu a cena era que o atacante estava desesperado com a situação. Sentado no chão, com as mãos no rosto, olhando para o teto do vestiário perguntando o motivo de aquilo estar acontecendo. Ele deixou a zona mista com os olhos bastante vermelhos, em busca de um afago de sua família.

Neymar já havia deixado o gramado chorando e, quando chegou no vestiário, também não conseguiu parar. Ele repetia a todo momento que não entendia o motivo da eliminação e evitou falar com seus colegas sobre o futuro na seleção. Ao sair do vestiário, também não quis tomar uma posição definitiva e não fez questão de esconder os olhos marejados.

Lucas Paquetá foi outro que ficou bastante abalado, inclusive com a despedida de Tite, que foi breve, mas o suficiente para emocionar os que tinham mais apego ao comandante. Na zona mista, disse que não ainda não tinha conseguido assimilar o que aconteceu e segurou o choro ao ter que descrever a cena do adeus do técnico.

Daniel Alves foi outro que chorou muito. Em sua última Copa do Mundo, o lateral direito viu o sonho de colocar uma taça de Mundial no seu currículo ir embora e, toda vez que tentava consolar alguém, caía ainda mais no choro. Ele foi um dos líderes da seleção na passagem no Qatar e manteve essa postura na queda.

Também houve choro na comissão técnica e de pessoas que trabalham na delegação. O clima de união entre atletas e a equipe de trabalho era sempre apontado como um dos segredos de sucesso pelos dois lados, mas não foi o suficiente para fazer o Brasil vencer o trauma de não passar de um europeu em um mata-mata desde 2002.

Gabriel Carneiro, Danilo Lavieri, Pedro Lopes e Rodrigo Mattos
Do UOL, em Doha (Qatar)

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