Uma mulher foi presa em flagrante por tentar extorquir dinheiro do atacante do Botafogo e da seleção Luiz Henrique, um dos heróis da conquista da Libertadores no sábado.
Em mensagens de WhatsApp, ela pede R$ 20 mil e ameaça divulgar supostos vídeos, fotos e mensagens íntimos do atleta caso não receba.
Raissa Cândida da Rocha foi indiciada pelo crime de extorsão. Ela é prima de Ana Carolina Andrade, ex-mulher da estrela do Botafogo, e de quem ele se separou recentemente.
Segundo a polícia, Raissa confessou o crime ao ser presa em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça na audiência de custódia.
Segundo a polícia, a denúncia foi feita pela SAF do Botafogo no fim de setembro, e a Delegacia Antissequestro (DAS) iniciou as investigações.
O crime começou às vésperas do jogo contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro, em 24 de julho, quando um homem fez as mesmas ameaças e chegou a pedir R$ 40 mil.
As mensagens foram enviadas de um aparelho que, supostamente, pertencia ao empresário do atleta Johnny Max, que chegou a prestar depoimento, negou as acusações e foi liberado. No inquérito, ele segue investigado.
Após a publicação desta reportagem, a defesa do empresário entrou em contato com o ge e enviou um comunicado em que afirma que “a acusação foi rechaçada no momento em que Johnny Max Teixeira compareceu à delegacia anti-sequestro – DAS, disponibilizando todas as informações solicitadas pela autoridade policial, demostrando sua inocência nos fatos apurados”.
No fim da manhã da última quinta-feira, quando Luiz Henrique estava na concentração para a final da Libertadores, em Buenos Aires, o atleta voltou a receber ameaças.
As mensagens diziam que, se não fizesse um PIX de R$ 20 mil, as imagens e outras mensagens seriam colocadas nas redes sociais. Luiz Henrique respondeu e chegou a pedir um tempo, já que estava treinando.
- As tentativas de extorsão aconteciam antes de jogos decisivos, com o jogador concentrado, num momento psicológico importante. Então, havia um claro interesse em desestabilizar o atleta – diz o delegado Carlos Eduardo Rangel.
Ao comunicar as novas tentativas de extorsão à direção da SAF, a Polícia Civil foi comunicada novamente. Os agentes da DAS orientaram o Botafogo a tirar o celular do jogador, para que ele não continuasse respondendo às chantagens, e acelerou a investigação, descobrindo o usuário do telefone. Era um amigo da família da ex-mulher do atacante.
Ao prestar depoimento na condição de testemunha, o homem explicou que uma parente havia pedido o número de sua conta, alegando que um dinheiro seria depositado por Luiz Henrique.
Na sexta de manhã, uma ação foi desencadeada para prender Raissa Cândida da Costa, de 26 anos, que acabou capturada em flagrante em sua casa, em Duque de Caxias.
As investigações seguem em sigilo absoluto para identificação e prisão dos demais suspeitos envolvidos na organização criminosa.
O ge perguntou sobre o assunto a Luiz Henrique, que destacou o trabalho psicológico que faz para não ser afetado dentro de campo.
- A mentoria me ajuda muito a lidar com essas coisas extracampo que acontecem, é normal isso. Você precisa estar com a cabeça blindada, pensando em uma coisa, porque se pensar nas coisas de fora, não consegue produzir dentro de campo.
*Colaborou Giba Perez, do ge
Confira a nota da defesa de Johnny Max na íntegra:
“Em atenção às matérias divulgadas pelo grupo Globo hoje, esclarece-se que a prisão realizada pela delegacia anti-sequestro – DAS, no dia 29 de novembro do ano corrente, não tem qualquer relação com o ex-empresário do jogador Luiz Henrique.
Em setembro de 2024, a SAF Botafogo noticiou a delegacia anti-sequestro – DAS, que o jogador Luiz Henrique estaria sofrendo extorsão por parte de pessoas mal intencionadas. De forma equivoca, a SAF informou a delegacia que os áudios, solicitando valores indevidos em troca de não divulgar informações e fotos intimas do jogador, teria sido enviado do aparelho celular do Ex empresário.
A acusação foi rechaçada no momento em que Johnny Max Teixeira compareceu à delegacia anti-sequestro – DAS, disponibilizando todas as informações solicitadas pela autoridade policial, demostrando sua inocência nos fatos apurados.
Acrescenta-se que, de imediato ao comparecimento em delegacia, o delegado responsável pelo caso descartou qualquer envolvimento do ex-empresário do jogador, nos fatos apurados”.