O caseiro Alain Reis Santana, de 34 anos, preso suspeito de ajudar a esconder Lázaro Barbosa, disse em depoimento que o fugitivo dormia havia mais de cinco dias na fazenda onde ele trabalha, no distrito de Girassol, em Cocalzinho (GO). A informação consta no boletim de ocorrência da Polícia Civil.
O caseiro confirmou também que Lázaro andava com uma espingarda e um telefone celular. Em outro trecho do depoimento, Alain conta que além de dormir no local, o fugitivo fazia refeições. Tudo isso com o consentimento do proprietário Elmi Caetano, de 73 anos, que também foi preso ontem à noite pela polícia por facilitar a fuga de Lázaro Barbosa.
O foragido tem uma ficha criminal que já consta de mais de 30 delitos, inclusive o assassinato de uma família em Ceilândia (DF).
Segundo o caseiro, Elmi gritava na mata “vem almoçar, Lázaro” e à noite deixava a porta da fazenda aberta para que o foragido pudesse entrar.
A polícia suspeitou do fazendeiro na quarta-feira (23) quando ele não permitiu que equipes da força-tarefa realizassem buscas dentro da propriedade.
Segundo o advogado Ilvan Barbosa, que defende os suspeitos, eles não têm fornecido comida ao fugitivo ou qualquer tipo de ajuda.
A dupla segue presa em Águas Lindas de Goiás e deve passar por audiência de custódia na tarde de hoje.
Ontem, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda disse que existe uma “rede de proteção que apoia absurdamente” o fugitivo na região de Cocalzinho (GO).
O secretário disse ainda que a dupla presa pode ter participação em outros crimes cometidos por Lázaro Barbosa e que há “provas contundentes” disso, mas sem mencioná-las.
Apesar do ex-patrão de Lázaro ter afirmado que estaria tentando uma rendição do foragido, Rodney Miranda negou qualquer possibilidade ou que Lázaro tenha algum advogado negociando isso. “Não chegou nada até nós, isso é fake news”, defendeu.
A PM de Goiás anunciou nesta semana um aplicativo para auxiliar nas buscas por Lázaro.