Pelo menos 233 pessoas morreram repentinamente entre sexta (25) e ontem no Canadá, sendo 134 na região de Vancouver. Os óbitos estão relacionados à onda de calor que atingiu o oeste do país e elevou os termômetros, ontem. A temperatura chegou a 49,5º C, segundo as autoridades. A alta também afeta o oeste dos Estados Unidos.
As mudanças climáticas provocam temperaturas recordes, que tendem a se tornar mais frequentes. A década que terminou em 2019 foi a mais quente já registrada na história.
“Acreditamos que o calor tenha contribuído para a maior parte das mortes”, disse a polícia em um comunicado, acrescentando que a maioria das vítimas é de idosos. “Este momento pode ser fatal para as pessoas mais vulneráveis de nossa comunidade, especialmente os idosos e pacientes com outros problemas de saúde”, disse o porta-voz do Burnaby RMPC, Mike Kalanj, incitando todo mundo a checar como estão seus familiares e vizinhos”.
O primeiro-ministro da província da Colúmbia Britânica, John Horgan, também pediu que as pessoas continuem vigilantes. “Esta é a semana mais quente que os habitantes desta região já viveram”, disse ele em uma entrevista coletiva.
“As consequências são desastrosas para as famílias e comunidades. A única maneira de passar por esse momento excepcional é ficarmos juntos, verificarmos o estado de saúde das pessoas que sabemos que estão em risco e garantir que temos compressas frias na geladeira “, acrescentou.
Vancouver, localizada na costa do Pacífico, há vários dias registra temperaturas acima de 30 graus Celsius, muito superiores aos 21 graus registrados em média nesta época. Na segunda-feira (28), o Canadá teve um novo recorde histórico de altas temperaturas, com 47,9 graus Celsius em Lytton, na Colúmbia Britânica, cerca de 250 quilômetros a leste de Vancouver.
Aquecimento global
“A duração dessa onda é preocupante, já que a temperatura não baixa à noite. Ela aumentará o risco de doenças relacionadas ao calor”, alertou o Ministério do Meio Ambiente canadense em sua página sobre o clima. Além da Colúmbia Britânica, também foram emitidos alertas para as províncias mais orientais de Alberta, Saskatchewan e Manitoba, além de partes dos Territórios de Yukon e do Noroeste, no norte do Canadá.
Condicionadores de ar e ventiladores estão em falta na região. As cidades abriram salas climatizadas, além de cancelar campanhas de vacinação contra a Covid-19 e fechar escolas. A onda de calor também afetou cidades americanas ao sul de Vancouver no início desta semana, como Portland (Oregon) e Seattle (Washington), também conhecidas por seu clima ameno e úmido, onde foram atigindas as maiores temperaturas desde o início de seus registros, em 1940.
Na tarde de segunda-feira, foram registrados 46,1°C no aeroporto de Portland e 41,6°C no aeroporto de Seattle, de acordo com dados do United States Weather Service (NWS). O calor provocou vários incêndios florestais em ambos os lados da fronteira EUA-Canadá, devido a um fenômeno conhecido como “cúpula de calor”, em que altas pressões prendem o ar quente na região.
“As ondas de calor estão se tornando mais frequentes e intensas à medida que as concentrações de gases de efeito estufa aumentam as temperaturas globais. Elas começam mais cedo e terminam mais tarde, causando um impacto cada vez maior na saúde humana e nos sistemas de saúde”, alertou nesta terça-feira a Organização Meteorológica Mundial, com sede em Genebra.