A realidade aponta que o setor construtivo passa por recorrentes aumentos no custo do setor. Tomando como base o recente estudo divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), sobre os períodos de janeiro a novembro 2021, é possível compreender que o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46%. Importante observar que esse é o maior patamar desde 2003. Apesar da alta constante no preço dos insumos, a construção deve crescer, neste ano, 7,6%, correspondendo ao melhor desempenho apresentado nos últimos dez anos.
Mesmo com esse saldo positivo, o setor pontua que ainda está 27,44% abaixo do seu pico de atividades, alcançado no começo de 2014. A alta nos valores dos materiais é um dos fatores que contribui para essa realidade. Desde o início do segundo semestre de 2020 os materiais de construção vêm registrando forte aceleração. O INCC Materiais e Equipamentos registrou aumento de 42,25% de julho de 2020 a novembro deste ano.
Em meio a esse cenário, a geração de empregos foi um dos grandes destaques em 2021. Nos primeiros dez meses do ano foram criados cerca de 285 mil novos empregos formais no setor, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. Com os saldos positivos recentes, a construção chega a quase 2,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada, patamar que não era alcançado desde 2016. Segundo Guilherme Fortes, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon Teresina), o segmento projeta um crescimento de apenas 2% na construção para o ano de 2022.
“Esse crescimento se dará, obviamente, caso a economia brasileira cresça entre 0,5 e 1,0%, como tem nos apontado o levantamento da CBIC. Dessa forma, seria um crescimento abaixo do que teremos em 2021. E isso se deve, segundo a CBIC, pela alta das taxas de juros dos financiamentos, a queda do poder de compra da população e o mercado de trabalho fragilizado”, explica o gestor.
Outro aspecto que marcou o ano de 2021 foi o comportamento do mercado imobiliário no Brasil. Houve incrementos significativos nos lançamentos e vendas, onde o número de unidades habitacionais lançadas neste ano está 24,9% maior do que em 2019. Pedro Nogueira Lima, presidente do Conselho de Corretores de Imóveis do Piauí (CRECI-PI), comenta também que “em relação à venda de imóveis novos, o país teve o crescimento de 42,29% quando se compara a 2019”, pontua. Nesse comparativo, apenas a oferta apresentou queda (-3,39%). “Com os dados, ressalta-se que é imprescindível ampliar os novos lançamentos”, finaliza Pedro.