Especialista explica porque elas sofreram mais e quais caminhos tomar para diminuir estes impactos
Estamos no mês de março, mês em que a pauta de saúde da mulher entra em foco. Nos últimos dois anos, os efeitos da pandemia da Covid-19, em várias áreas da saúde, vêm sendo estudados e os que dizem respeito aos impactos da pandemia na saúde mental demonstram que as mulheres estão sendo mais atingidas.
Pesquisa do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP mostrou que, durante a pandemia da Covid-19, as mulheres foram as mais afetadas. Houve um aumento significativo de estresse, ansiedade, depressão e estresse pós-traumático reportados em mulheres, em relação aos homens. Segundo a pesquisa, 40,5% apresentaram sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.
Tanto o homem quanto a mulher precisam ter essa saúde mental em equilíbrio. Porém, a mulher está sim, mais suscetível a isso, pois existe uma oscilação hormonal natural nela. “Por conta dessa oscilação hormonal, a mulher fica mais vulnerável às questões da mente, do ambiente, situações internas e externas”, afirma Carol Costa Júnior, psicólogo do Sistema Hapvida.
Isolamento, fechamento de escolas, assumir o cuidado de crianças e idosos, desemprego, conciliar trabalho remoto e ensino em casa, aumentaram as dificuldades já vivenciadas por elas.
Carol Costa Júnior lembra que a pandemia gerou uma situação análoga à guerra e mudou a vida da humanidade em sua totalidade. A mulher sente esses impactos que vieram agregar ainda mais uma carga de cobrança imposta a ela. “Em termos de isolamento, na mulher, o impacto sobre aquele instinto de proteção aumentou. Então, ela acabou assimilando ou absorvendo mais esta preocupação”, acrescenta.
Outra questão a ser ressaltada é que a mulher, de forma geral, tem muito mais atribuições que os homens. “Mesmo o casal moderno, cabe a mulher muitas vezes cuidar dos filhos, o que também é uma demanda de trabalho intensa no sentido de que ela está se preocupando também com o emocional, ou seja, a saúde mental dos filhos e do marido. Então, naturalmente, ela já é mais cobrada para isso, em termos de família”, explica o especialista Hapvida.
O que fazer para combater o estresse?
“Primeiro, para solucionar um problema precisamos entendê-lo. O seu passo a passo, como ele foi criado e como está acontecendo. Cada pessoa é um universo e vai reagir à sua maneira. Segundo, após procurar entender o problema, começar a trabalhá-lo. Buscar atividades prazerosas, aquilo que chamam válvula de escape! Então, a psicoterapia é um caminho excelente para que a gente possa se conhecer.
“A busca do autoconhecimento é importante. Terceiro, procurar ajuda e a terapia é fundamental neste processo, para atravessar esse turbilhão, especialmente a mulher que passa por tantas questões que tem que administrar sozinha”, destaca o especialista.