John Clarke, um jovem fotojornalista, é contratado pela agência governamental Farm Security Administration (FSA), para testemunhar a dramática situação dos agricultores na região do Dust Bowl, localizada entre o Oklahoma, Kansas e Texas. Na década de 1930, a seca e terríveis tempestades de areia destruíram plantações e deixaram milhares de pessoas na miséria. Porém, ao aceitar essa missão, John não imagina o quanto sua vida e suas convicções mudariam.
Ao lado de seu protagonista, Dias de areia convida o leitor a questionar o papel social da fotografia e as consequências da interferência humana na natureza.
Os desenhos de Aimée de Jongh são marcados por uma linha fina e realista, além de cores quentes que ressaltam as paisagens. Ao mesmo tempo, essas cenas ganham contexto em diálogos que apresentam o impacto das tempestades de areia, a necessidade de migrar ou o caminho que praticamente transformou aquela região em um deserto. É como se durante a leitura fosse possível sentir a brisa do vento empoeirado que bate no rosto de John.
Dias de areia é baseado em uma história real. Em 1937, a agência federal Farm Security Administration (FSA) contratou fotógrafos para documentar a vida dos agricultores afetados pelo Dust Bowl: uma série de tempestades de poeira que atormentava a terra e seus agricultores. Uma dessas fotografias, em que uma casa era engolida por nuvens de areia, despertou o fascínio de Aimée de Jongh pelo Dust Bowl e pelos fotógrafos da FSA.
Aimée de Jongh
A quadrinista realizou uma pesquisa minuciosa, composta por leituras, documentários e até mesmo uma viagem pelos estados afetados pelo fenômeno. O resultado rendeu aclamação da crítica, Dias de areia venceu o Prix des Libraires de BD, além de diversos outros prêmios, e se tornou um best-seller na França e nos Países Baixos.
A edição brasileira ganhou tradução de Bruno Ferreira Castro e Fernando Scheibe e já está disponível.