Após o aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras que adquiriram a faixa de 3,5 GHz podem ativar a tecnologia de quinta geração (5G) de serviço móvel nas três capitais, Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Salvador (BA). As cidades se juntam a Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP).
Daniel Gomes de Oliveira, docente do curso de Análise de Sistemas e Ciências da Computação da Estácio e mestre em Ciências da Computação, orienta que o 5G é uma internet similar à já conhecida 4G, mas pode ter uma velocidade superior a até 20 vezes. “Além do ganho de desempenho, também tem uma qualidade em relação a estabilidade, o que é muito importante quando se trata de confiabilidade na transmissão de dados. Enquanto a velocidade das redes 4G atinge no máximo 100 Mbps, o 5G tem potencial para atingir 10 Gbps por segundo”, explica.
Com essa melhora, Daniel revela que os serviços que necessitam de grande tráfego de dados e antes não eram viáveis para dispositivos móveis passaram a ser possíveis. “Outra vantagem que vem com a tecnologia 5G é a infraestrutura ter um ganho muito grande em relação a quantidade de equipamentos conectados ao mesmo tempo. Também tem um ganho em relação à cobertura dos equipamentos que possibilitam um alcance muito maior que os já disponíveis”, cita o profissional.
“Uma limitação ainda existente em relação ao trabalho remoto é a necessidade de um ponto de internet que seja confiável e com uma velocidade boa, com a 5G, como a internet passa a ficar mais estável e com velocidade maior, a possibilidade de executar as atividades em trabalhos remotos com uma cobertura maior de espaços”, complementa Daniel.
A tecnologia tem caminhado para um aumento na necessidade de equipamentos conectados, com a Internet das Coisas (IoT), uma tendência para que sempre precisamos de mais e mais equipamentos conectados a uma rede e com comunicação. “Assistentes pessoais, automóveis, aparelhos de som e imagem em geral, casas inteligentes, são exemplos de equipamentos que vemos cada vez mais conectados. Como a tecnologia 5G permite uma quantidade maior de equipamentos conectados simultaneamente em sua infraestrutura, a 5G permite que a quantidade de equipamentos conectados de forma simultânea aumente”, adverte.
Em relação à cobertura, o professor cita como exemplo a cidade de Goiânia, onde a Anatel relata que até 10% da cobertura atual será atendida pelo 5G e aos poucos essa cobertura será ampliada. Mas uma tecnologia não faz com que as outras parem de funcionar e com isso, o sinal das outras permanecerá tendo acréscimo da tecnologia 5G, com o decorrer do tempo e aumento de investimentos a cobertura será ampliada.
“O novo padrão tecnológico para comunicação móvel é o 5G, desenvolvido para suceder o 4G, que está em processo de licitação no Brasil e já em instalação em diversas partes do mundo. As principais características do 5G são maior capacidade de vazão de dados, menor latência (tempo de resposta) e a capacidade de suportar mais dispositivos simultaneamente em uma estação radiobase (erb)”, argumenta.
Com essas características a implementação possibilita a criação de serviços e produtos, integrando inteligência artificial e realidade aumentada mista. “Esse acesso a uma maior conectividade faz parte da estratégia básica para promover o desenvolvimento social”, explica.
Em regiões, como o Brasil, no qual 58% da população acessa a rede exclusivamente pelo telefone móvel, ter mais conectividade sugere que em maior alcance de serviços em locais onde hoje não estão disponíveis, levando assim a uma maior inclusão social. “Com o desenvolvimento da instalação da infra-estrutura de 5G e progressiva queda dos preços dos aparelhos, essa maior inclusão social será possível, assim como foi nas gerações anteriores (4G/3G)”, analisa.
“Depois da pandemia, ficou cada vez mais evidente a importância de boas redes de comunicação, da conectividade para todos e de direcionar recursos para que boas práticas de sustentabilidade e uma agenda ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) sejam aplicadas na implementação desta e de outras possíveis novas tecnologias”, finaliza o acadêmico.