O Ibovespa , principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em forte queda nesta sexta-feira (17), pressionada pelo tombo das ações da Petrobras, perdendo o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 2020.
Às 16h59, o Ibovespa recuava 2,84%, a 99.885 pontos. Na mínima da sessão, chegou a 98.402 pontos.
Perto do mesmo horário, as ações da Petrobras recuavam mais de 7%, na esteira do forte declínio do petróleo no exterior, mesmo após a estatal anunciar nova alta nos preços dos combustíveis. Mais cedo, os papéis chegaram a cair mais de 10%.
Já o dólar fechou em forte alta.
Na quarta-feira, a bolsa fechou em alta de 0,73%, a 102.807 pontos, interrompendo uma sequência de oito quedas seguidas. Com o resultado, passou a acumular recuo de 7,67% no mês. No ano, o índice tem queda de 1,92%.
O que está mexendo com os mercados?
Parte das vendas na bolsa brasileira refletia ajustes a fortes perdas em Wall Street na véspera, quando não houve negociação no mercado acionário brasileiro pelo feriado de Corpus Christi.
Os mercados também reagiram negativamente à disputa política em relação à Petrobras, em meio a sinais de interferência política na estatal.
O presidente Jair Bolsonaro chamou de “traição” o novo reajuste dos combustíveis e afirmou que já conversou com o presidente da Câmara para articular a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o conselho da estatal.
Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu a renúncia do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, e disse que líderes parlamentares discutirão a possibilidade de dobrar a taxação dos lucros da estatal.
Lá fora, os preços internacionais do petróleo caíam cerca de 6% nesta sexta-feira, para uma mínima de três semanas, pressionados por uma queda nos contratos futuros de gasolina dos EUA, já que os aumentos das taxas de juros dos principais bancos centrais alimentaram as preocupações com uma forte desaceleração econômica.
Os investidores ainda repercutem as altas, na última quarta-feira, das taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos.
“Os mercados de ações globais permanecem altamente voláteis devido ao aperto monetário sinalizado pelos principais bancos centrais”, afirmou a equipe da XP Investimentos, em relatório a clientes nesta sexta-feira. “Com muitos bancos centrais aumentando as taxas tempestivamente, a maioria dos participantes do mercado prevê uma recessão global em algum momento nos próximos 12 meses.”