Investigação aponta ligação com ataque hacker
A PF chegou a Jackson Renei Aquino de Souza após o Banco Central notificar movimentações financeiras suspeitas em sua conta. Documentos revelam que Souza recebeu R$ 2,45 milhões via PIX de duas empresas associadas a um ataque hacker de grande escala contra instituições financeiras. Souza, que também atua como corretor de imóveis, foi exonerado de seu cargo de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) no dia de sua prisão.
Versão do acusado e investigação da PF
Em depoimento, Jackson Renei Aquino de Souza afirmou que os valores recebidos eram de um garimpeiro venezuelano, destinados à compra de uma fazenda em Roraima. Ele alega que a transação foi intermediada por outra pessoa e que utilizou sua conta bancária pessoal devido à promessa de lucro. No entanto, a PF contesta essa versão, classificando o comportamento de Souza como cegueira deliberada, pois, como corretor de imóveis, ele deveria ter conhecimento sobre a origem ilícita do dinheiro.
Operação Magna Fraus
O ataque cibernético, investigado pela operação Magna Fraus da PF em São Paulo, é considerado um dos maiores e mais graves do país. O grupo criminoso especializado em furtos mediante fraude e invasões de sistemas eletrônicos pode ter desviado até R$ 800 milhões. Antes de chegar à conta de Souza, os valores passaram por pelo menos quatro empresas, originando-se de furtos virtuais ocorridos em 30 de junho de 2025 contra três instituições financeiras.
Prisão preventiva e exoneração
Jackson Renei Aquino de Souza teve sua prisão preventiva decretada após audiência de custódia. A exoneração do cargo de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de Roraima foi publicada no Diário Oficial do Estado. O deputado Neto Loureiro (PMB), para quem Souza trabalhava, declarou que não compactua com atos ilegais e que o assessor estava de férias. A Assembleia Legislativa informou que não pode ser responsabilizada por atos praticados por servidores fora de suas funções institucionais.