A correspondência é assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também lidera o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A carta, enviada na terça-feira (15), é dirigida a Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA, e Jamieson Greer, representante de Comércio do país.
Desde o anúncio de tarifas sobre produtos importados pelo ex-presidente Donald Trump no início do ano, Alckmin e Vieira têm mantido contato com autoridades americanas, incluindo Lutnick e Greer.
A comunicação oficial brasileira ressalta a disposição para o diálogo e a negociação de uma solução “mutuamente aceitável” para o comércio bilateral.
O documento alerta que a aplicação dessas tarifas “terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países”, conforme a carta.
A carta enviada a Lutnick e Greer também aborda a solicitação brasileira para que os EUA identifiquem áreas específicas de preocupação para viabilizar negociações, conforme afirmado na correspondência.
Autoridades brasileiras informaram, conforme noticiado pelo g1 e reportado pela GloboNews, que o governo Trump ainda não contatou formalmente o Brasil para discutir a tarifa de 50%. A carta anterior, enviada em maio, sobre comércio bilateral, aguarda resposta.
O documento enviado por Alckmin e Vieira ao governo dos EUA contesta a alegação de uma relação comercial desfavorável, citando que o Brasil acumula “grandes déficits comerciais” com os Estados Unidos em bens e serviços. Segundo dados do próprio governo americano, o saldo negativo para o Brasil nos últimos 15 anos ultrapassou os US$ 410 bilhões.