O bate-papo vai discutir o uso da crítica e da ironia pelas HQs
A convite da Gibiteca BPE, da Biblioteca Pública Estadual do Rio Grande do Sul, os quadrinhistas piauienses Bernardo Aurélio e Caio Oliveira vão participar no próximo dia 2 de junho, sexta-feira, às 18h, do painel “Quadrinhos, crítica e ironia”, no Salão Mourisco da Biblioteca Pública do Estado (BPE), instituição da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac). A quadrinista Cecília Marins também fará parte do debate, que será mediado pelo jornalista e quadrinista Augusto Paim.
O evento, com entrada franca, é destinado a profissionais e interessados no universo dos quadrinhos e da cultura pop.
De acordo com Guilherme Miorando, curador da Gibiteca BPE, os três participantes são conhecidos no mundo das HQs por apresentarem visões diferentes, “com pitadas de crítica e ironia, sejam sobre a tradição histórica, as relações sexuais ou o mundo da cultura pop. Acompanhar seu debate é uma forma de se abrir para novas ideias e também de dar boas risadas”, completa.
Guilherme explica que a gênese dos quadrinhos é uma crítica aos costumes sociais, que anteriormente, se associavam à caricatura, às charges e aos cartuns. “A ironia visual e verbal é fundamental para desestabilizar o leitor e os costumes”, justifica.
Bernardo Aurélio, Caio Oliveira, como também a artista Cecília Marins, também vão estar na Comic Con RS, um dos maiores eventos ligados as histórias em quadrinhos da cultura pop da região Sul do país, que acontece nos dias 3 e 4 junho, na Faculdade La Salle, em Canoas (RS).
Sobre a Gibiteca
A Gibiteca foi criada pela Biblioteca Pública do Estado em 5 de novembro de 2021, com o objetivo de proporcionar aos jovens e adultos o acesso à leitura de quadrinhos. Para isso, a instituição disponibiliza um acervo de mais de 8.000 itens. As revistas em quadrinhos ficam à disposição dos leitores, apenas para consulta local, na Gibiteca, localizada no Salão de Referência da BPE.
O acervo é composto de mangás, quadrinhos de super-heróis — na maioria Marvel e DC Comics, em coleções e números avulsos. Também há séries mensalmente, especiais, graphic novels (novelas gráficas) e materiais em capa dura, gaúchos, nacionais e estrangeiros. Desde a sua criação a Gibiteca tem crescido de forma acelerada, graças à doação do público. Nesse espaço, há, periodicamente, encontros, debates, oficinas, feiras e exposições sobre o universo das HQs.
A Biblioteca Pública do Estado fica na Rua Riachuelo, 1190, no Centro Histórico de Porto Alegre. O funcionamento é de segunda a sexta, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h, sempre com entrada gratuita.
Sobre os participantes
Cecilia Marins é quadrinista, jornalista e ilustradora. É autora da Reportagem em HQ Parque das Luzes, que conta histórias de mulheres em situação de prostituição no parque mais antigo de São Paulo. Foi uma das ilustradoras do AmarElo, documentário do Emicida para a Netflix, indicado a um Emmy Internacional. Junto com uma equipe de três países, ajudou a levar o jornalismo em quadrinhos brasileiro para o exterior com a reportagem “Favela vs. Covid-19”, em colaboração com o portal polonês Outride, que venceu o prêmio de melhor reportagem de saúde do International Center For Journalists (Centro Internacional para jornalistas). Fala assuntos complicados, sentimentos e fatos surpreendentes. Foi chargista do Roda Viva, trabalhou para ONU, GNT, The Intercept Brasil, Intrínseca, Natura, Netflix e Catraca Livre. Adora quadrinhos tristes e comida apimentada.
Bernardo Aurélio de Andrade Oliveira é mestre em História, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Bernardo tem grande experiência com o mundo das histórias em quadrinhos. Por iniciativa dele, nasceu a Feira HQ, que movimentou o setor na capital piauiense por 13 anos, com a realização de concursos, palestras, exposições, entre outras atividades. É autor de histórias em quadrinhos que destacam momentos relevantes para a história do Piauí e do País, como “Foices e Facões”, produzida com o irmão Caio Oliveira, e que retrata parte marcante da “Batalha do Jenipapo”, um dos confrontos mais tensos da Guerra da Independência do Brasil, que ocorreu no dia 13 de março de 1823, em Campo Maior, Piauí. Sua obra mais recente é uma história em quadrinhos baseada na vida de Esperança Garcia, uma escrava que viveu no município de Nazaré do Piauí e que, recentemente, foi reconhecida como a “primeira advogada do Brasil”. É também autor de quadrinhos como: “O Máscara de Ferro”, “Por Dentro do Máscara de Ferro” e “Máscara de Ferro contra a Televisão”. É proprietário da livraria Quinta Capa, especializada em histórias em quadrinhos, e da editora de mesmo nome que usa para apoiar a produção de artistas locais, entre eles Celso Luís e Caio Oliveira.
Caio Thiago de Andrade Oliveira é o responsável pelo conhecido “cantinhodocaio”. É um dos autores de webtiras mais populares no país. Recebeu três indicações no Troféu HQ Mix, a mais importante premiação do setor no Brasil. São 74 mil seguidores no Facebook e 13,3 mil no Instagram. A primeira grande obra da sua autoria foi “Super Ego”, que foi lançada inicialmente nos Estados Unidos e, posteriormente, no Brasil. Caio também tem outras publicações como: Curtinhas do Caio, Diário da Maromba, Almanacão do Caio, Ônibus (Ed. Skipt), dentre outras.
Serviço
O quê: Bate-papo “Quadrinhos, crítica e ironia”
Participantes: Cecília Marins, Bernardo Aurélio Andrade Oliveira e Caio Thiago Andrade Oliveira
Mediação: Augusto Paim
Quando: 02/06
Horário: 18h
Onde: Salão Mourisco da Biblioteca Pública do Estado – Rua Riachuelo 1190, Centro Histórico de Porto Alegre