A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, teve aumento de 17,9% em 2020, para R$ 5,009 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (27). Em 2019, a dívida estava em R$ 4,248 trilhões.
O crescimento de R$ 761 bilhões na dívida pública, no ano passado, foi o maior da série histórica, que começou em 2004.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.
O forte aumento da dívida no ano passado aconteceu devido aos gastos públicos para enfrentamento da crise econômica e de saúde gerada pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo o mais recente balanço do Ministério da Economia, divulgado no fim do ano passado, as medidas de combate à Covid-19 estavam estimadas em R$ 620,5 bilhões em 2020.
Os principais gastos foram com o pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores informais (R$ 321,8 bilhões); o auxílio emergencial aos estados (R$ 60,2 bilhões); e com o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (R$ 51,5 bilhões).
A expectativa inicial do Tesouro Nacional, divulgado antes do início da pandemia, em janeiro do ano passado, era de que a dívida subiria menos em 2020, para até R$ 4,75 trilhões. Esse patamar, porém, foi revisado no decorrer do último ano por conta dos gastos extraordinários para combater o coronavírus.
“O combate à pandemia ampliou consideravelmente os gastos públicos, aumentando a necessidade de financiamento do Governo Federal. Neste contexto, o Tesouro atuou de forma a garantir os recursos necessários para o pagamento das despesas extraordinárias, respeitando as condições de mercado e utilizando disponibilidades de caixa acumuladas nos últimos anos”, informou o Tesouro.
De acordo com a instituição, o aumento do nível de endividamento é uma realidade para as principais economias do mundo afetadas pela pandemia, que implicou em mudanças na forma de atuação.
“Em particular, houve redução dos prazos dos títulos públicos ofertados pelo Tesouro Nacional, resultando em maior concentração de dívida a vencer no curto prazo. A dívida pública federal contudo, mantém-se predominantemente doméstica, com uma pequena parcela de dívida externa, e uma base diversificada de investidores”, informou.