O que parecia algo simples, acabou se revelando uma doença grave. A atriz Thaila Ayala falou, na última semana, sobre o quadro de Síndrome de Hellp que apresentou em sua primeira gestação. Foi durante a gravidez do filho Francisco, fruto do seu casamento com o ator Renato Góes.
Em entrevista ao MaterniDelas, projeto do podcast “Pod Delas”, que é apresentado por Tatá Estaniecki e Viih Tube, ela revelou como passou toda a gestação do primeiro filho sem saber que era portadora dessa síndrome, mesmo tendo sintomas.
“Eu nunca tinha escutado falar sobre isso e passei a minha gravidez inteira sem ouvir. Eu não tinha o diagnóstico de trombofilia, que é um dos fatores que podem desencadear uma Hellp, assim como a pré-eclâmpsia. Eu tive uma gravidez cheia de sintomas, obviamente, e com 33 semanas eu comecei a ter contrações, dores e minha médica começou a me assistir mais de perto. Fiz vários exames para descartar outros problemas para, então, chegar ao diagnóstico de Hellp”, contou a atriz.
Complicação grave
Apesar de acometer muitas mulheres, esse ainda é um assunto pouco divulgado e, apenas após o relato de Thaila, acendeu-se uma luz para a doença. Segundo o ginecologista e obstetra César Patez, a Síndrome de Hellp é uma complicação grave, que deve ser tratada.
“Trata-se de uma complicação grave obstétrica, variante da pré-eclâmpsia, onde ocorre uma ativação exagerada do sistema imunológico devido a alterações no desenvolvimento da placenta, provocando uma resposta intensa ao organismo. É chamada de síndrome porque envolve um conjunto de sinais e sintomas, como hemólise, que é a fragmentação das células sanguíneas, elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas. Quando afetadas, as pacientes também podem apresentar dor na parte superior do abdômen, náuseas ou vômitos, edema de extremidades, mal estar ou pressão alta e dor de cabeça”, descreve.
Riscos para a mãe
O especialista explica que os riscos para a mãe e para o bebê são vários: “Em relação às mães, pode acontecer o descolamento de placenta, eclâmpsia, coagulação intravascular disseminada, trombose, ruptura do fígado, hemorragia cerebral, edema pulmonar ou cerebral e injúria renal. Já no caso dos bebês, pode ocorrer a restrição do crescimento intrauterino, síndrome da angústia respiratória neonatal, sequelas neurológicas e renais, além do parto prematuro.
Dr. César alerta que, assim que surgirem os primeiros sintomas, ainda que pareçam “comuns” ao período, é extremamente importante procurar auxílio médico, uma vez que, quando tratado, esse é um quadro tratável: “O único tratamento amplamente eficaz ainda é a interrupção da gravidez, principalmente se for uma gestação com menos de 24 semanas. Somente assim é possível frear a forte inflamação gerada pela Hellp e isso pode ser feito por cesariana ou indução do parto. A recuperação da gestante, geralmente, se faz em UTI nos casos mais graves. Quando ela possui menos de 34 semanas, são feitas as injeções de corticóide para adiantar o parto. Por isso, devemos sempre estar monitorando os sinais e sintomas, além dos exames hepáticos. Quando se diagnostica a tempo, a recuperação pode ser boa”, completa.